Jung percebeu que a compreensão da criação de símbolos era
crucial para o entendimento da natureza humana. Ele então explorou as
correspondências entre os símbolos que surgem nas lutas da vida dos indivíduos
e as imagens simbólicas religiosas subjacentes, sistemas mitológicos, e mágicos
de muitas culturas e eras. Graças à forte impressão que lhe causou as muitas
notáveis semelhanças dos símbolos, apesar de sua origem independente nas
pessoas e nas culturas (muitos sonhos e desenhos de seus pacientes de variadas
nacionalidades exprimiam temas mitológicos longínquos), foi que ele sugeriu a
existência de duas camadas da psique inconsciente: a pessoal e a
coletiva. O inconsciente pessoal inclui conteúdos mentais adquiridos
durante a vida do indivíduo que foram esquecidos ou reprimidos, enquanto que o
inconsciente coletivo é uma estrutura herdada comum a toda a humanidade
composta dos arquétipos - predisposições inatas para experimentar e simbolizar
situações humanas universais de diferentes maneiras. Há arquétipos que
correspondem a várias situações, tais como as relações com os pais, o
casamento, o nascimento dos filhos, o confronto com a morte. Uma elaboração
altamente derivada destes arquétipos povoa todos os grandes sistemas
mitológicos e religiosos do mundo.
referências:
“Psicologia e Religião Oriental” – Carl Gustav Jung